O projeto expográfico para amostra Fortuna de William Kentridge foi desenvolvido inicialmente para o Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro. Além de salas com vídeos, duas salas continham obras variadas como desenhos, esculturas e vídeos, convivendo num mesmo ambiente como no ateliê do artista sul africano. A principal intervenção do projeto foi a criação de um tablado de MDF cru levemente elevado ocupando quase todo o piso da principal sala, limitado de um lado por uma base para esculturas e de outro por uma rampa. O projeto contemplou também o layout das demais salas e o detalhamento de suportes como mesas, bases e vitrines, construídos com base em perfis metálicos leves com tampos em MDF cru.

A exposição foi montada em seguida na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Sendo as salas expositivas do museu interligadas entre si e voltadas para um saguão central, o principal desafio foi controlar a luminosidade e a propagação sonora de um trabalho de vídeo a outro, sem ocultar ou obstruir a arquitetura do edifício. Para os trabalhos com projeção e som, foram criados ao centro de cada sala, no 4o. Pavimento e no térreo, volumes trapezoidais fechados, mas que permitiam a circulação ao redor, criando pequenas galerias para expor os desenhos relacionados aos filmes. As paredes externas foram construídas em MDF cru, para manter a identidade da exposição, enquanto as internas receberam tratamento para absorção acústica. Os demais desenhos, esculturas e vídeos em monitores foram expostos nas salas do 3o.pavimento, mantidas abertas, utilizando os mesmos suportes da montagem anterior.